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20090625

A Lagartixa

Um conferencista compareceu ante o auditório superlotado, carregando consigo um pequeno fardo. Após cumprimentar os presentes, em silêncio, enfeitou uma mesa forrada com toalha branca de seda, com dezenas de pérolas que trouxera no embrulho e com várias dúzias de flores frescas e perfumadas. Em seguida apanhou na sacola diversos enfeites de expressiva beleza, e os distribuiu sobre a mesa com graça. Logo depois, diante do assombro de todos, em meio aos demais objetos, colocou uma pequenina lagartixa, num frasco de vidro. Só então se dirigiu ao público perguntando:

- O que é que os senhores estão vendo?

E algumas vozes responderam discordantes:

- Um bicho!

- Um lagarto horrível!

- Uma larva!

- Um pequeno monstro!

O conferencista então considerou:

- Assim é o espírito da crítica destrutiva, meus amigos! Os senhores não enxergaram o forro de seda branca que recobre a mesa. Não viram as flores, nem sentiram o seu perfume. Não perceberam as pérolas, nem as outras preciosidades. Mas não passou despercebida aos olhos da maioria, a pequena lagartixa...

E, sorridente, concluiu:

- Me pediram para subir a este palco para falar sobre crítica, portanto, nada mais tenho a dizer.

Quantas vezes não nos temos feito cegos para as coisas valorosas da vida e das pessoas? Se seu filho mostra seu boletim escolar repleto de boas notas, mas com apenas uma nota baixa em determinada matéria, qual é a sua reação? Você enfatiza e elogia as notas boas, ou reclama da nota baixa? Quando agimos assim, sem perceber, podemos estar contribuindo para a formação de uma geração que será caracterizada pelo que não é, e não por aquilo que é.

E assim acontece em muitas situações da nossa vida; em vez de focarmos nas flores e nas perolas, colocamos nossa atenção na “lagartixa”.

É bom substituir a crítica pelo elogio e pelo reconhecimento para perceber que isso tornará a vida de todos, e principalmente a própria, muito melhor!
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