tirem as crianças da frente do computador! nesse final de ano a melhor coisa é ir mesmo pra praia, pular as sete ondinhas! em sítio não tem mar, então vai ter que ser no improviso! mesmo assim essa virada de ano é muito boa pra fazer a gente pensar o quanto de merda (literalmente) rola na internet e qual nosso tipo de consumo! eu estava total envolvido com contos nacionais de terror e suspense por causa do tcc, criando um projeto pra resgatar o hábito da leitura no público pré-adolescente e acabo me decepcionando com tudo isso!
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20071229
onde você esconde seu preconceito?
tirem as crianças da frente do computador! nesse final de ano a melhor coisa é ir mesmo pra praia, pular as sete ondinhas! em sítio não tem mar, então vai ter que ser no improviso! mesmo assim essa virada de ano é muito boa pra fazer a gente pensar o quanto de merda (literalmente) rola na internet e qual nosso tipo de consumo! eu estava total envolvido com contos nacionais de terror e suspense por causa do tcc, criando um projeto pra resgatar o hábito da leitura no público pré-adolescente e acabo me decepcionando com tudo isso!
auto-ajuda de bolso
se fica difícil, enfrente. e quando ficar fácil, agradeça.
se a tristeza rondar, alegre-se. e quando ficar alegre, contagie.
se o caminho for longo, persista. e quando chegar, comemore.
se achar que acabou, recomece. e quando recomeçar, acredite!
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20071109
zeitgeist movie
dirigido por peter joseph, foi realizado com a finalidade de inspirar as pessoas a começar a olhar para o mundo a partir de uma perspectiva mais crítica e levá-las a compreender que as coisas, muito freqüentemente, não são o que parecem ser. documentário em inglês com legendas em português (de portugal). um documentário surpreendente por prender o espectador do início ao fim, linkando todos os assuntos e desvendando e relacionado dúvidas sobre origem e destino.
20071030
slow down babe!
"já vai para 16 anos que estou aqui na volvo, uma empresa sueca. trabalhar com eles é uma convivência, no mínimo, interessante. qualquer projeto aqui demora 2 anos para se concretizar, mesmo que a idéia seja brilhante e simples. é regra. então, nos processos globais, nós (brasileiros, americanos, australianos, asiáticos) ficamos aflitos por resultados imediatos, uma ansiedade generalizada. porém, nosso senso de urgência não surte qualquer efeito neste prazo. os suecos discutem, discutem, fazem "n" reuniões, ponderações. e trabalham num esquema bem mais "slow down". o pior é constatar que, no final, acaba sempre dando certo no tempo deles com a maturidade da tecnologia e da necessidade: bem pouco se perde aqui .
e vejo assim:
1. o país é do tamanho de são paulo;
2. o país tem 2 milhões de habitantes;
3. sua maior cidade, estocolmo, tem 500.000 habitantes (veja curitiba, que tem 2 milhões);
4. empresas de capital sueco: volvo, scania, ericsson, electrolux, abb, nobel biocare, etc;
5. para ter uma idéia, a volvo fabrica os motores propulsores para os foguetes da nasa.
digo para os demais nestes nossos grupos globais: os suecos podem estar errados, mas são eles que pagam muitos dos nossos salários. entretanto, vale salientar que não conheço um povo, como povo mesmo, que tenha mais cultura coletiva do que eles. vou contar para vocês uma breve só para dar noção. a primeira vez que fui para lá, em 90, um dos colegas suecos me pegava no hotel toda manhã. era setembro, frio, nevasca... chegávamos cedo na volvo e ele estacionava o carro bem longe da porta de entrada (são 2.000 funcionários de carro). no primeiro dia não disse nada, no segundo, no terceiro... depois, com um pouco mais de intimidade, numa manhã, perguntei: "- você tem lugar demarcado para estacionar aqui? - notei que chegamos cedo, o estacionamento vazio e você deixa o carro lá no final." ele me respondeu simples assim: "- é que chegamos cedo, então temos tempo de caminhar - quem chegar mais tarde já vai estar atrasado, melhor que fique mais perto da porta. você não acha?" olha a minha cara! ainda bem que tive esta na primeira. deu para rever bastante os meus conceitos.
há um grande movimento na europa hoje, chamado slow food. a slow food international association - cujo símbolo é um caracol, tem sua base na itália (o site http://www.slowfood.com/), é muito interessante. veja-o!. o que o movimento slow food prega é que as pessoas devem comer e beber devagar, saboreando os alimentos, "curtindo" seu preparo, no convívio com a família, com amigos, sem pressa e com qualidade. a idéia é a de se contrapor ao espírito do fast food e o que ele representa como estilo de vida em que o americano endeusou. a surpresa, porém, é que esse movimento do slow food está servindo de base para um movimento mais amplo chamado slow europe como salientou a revista business week numa edição européia. a base de tudo está no questionamento da "pressa" e da "loucura" gerada pela globalização, pelo apelo à "quantidade do ter" em contraposição à qualidade de vida ou à "qualidade do ser". segundo a business week, os trabalhadores franceses, embora trabalhem menos horas (35 horas por semana) são mais produtivos que seus colegas americanos ou ingleses. e os alemães, que em muitas empresas instituíram uma semana de 28,8 horas de trabalho, viram sua produtividade crescer nada menos que 20%. essa chamada "slow atitude" está chamando a atenção até dos americanos, apologistas do "fast" (rápido) e do "do it now" (faça já). portanto, essa "atitude sem-pressa" não significa fazer menos, nem ter menor produtividade. significa, sim, fazer as coisas e trabalhar com mais "qualidade" e "produtividade" com maior perfeição, atenção aos detalhes e com menos "stress". significa retomar os valores da família, dos amigos, do tempo livre, do lazer, das pequenas comunidades, do "local", presente e concreto em contraposição ao "global", indefinido e anônimo. significa a retomada dos valores essenciais do ser humano, dos pequenos prazeres do cotidiano, da simplicidade de viver e conviver e até da religião e da fé. significa um ambiente de trabalho menos coercitivo, mais alegre, mais "leve" e, portanto, mais produtivo onde seres humanos, felizes, fazem com prazer, o que sabem fazer de melhor. gostaria de que você pensasse um pouco sobre isso...
será que os velhos ditados "devagar se vai ao longe" ou ainda "a pressa é inimiga da perfeição" não merecem novamente nossa atenção nestes tempos de desenfreada loucura? será que nossas empresas não deveriam também pensar em programas sérios de "qualidade sem-pressa" até para aumentar a produtividade e qualidade de nossos produtos e serviços sem a necessária perda da "qualidade do ser"? no filme "perfume de mulher", há uma cena inesquecível, em que um personagem cego, vivido por al pacino, tira uma moça para dançar e ela responde: "não posso, porque meu noivo vai chegar em poucos minutos." - "mas em um momento se vive uma vida" - responde ele, conduzindo-a num passo de tango. e esta pequena cena é o momento mais bonito do filme. algumas pessoas vivem correndo atrás do tempo, mas parece que
20071026
as mulheres nos anos dourados
as mulheres nos anos dourados, exposição organizada e produzida por juliana leite, ficará no museu da cultura da puc-sp de 22 a 26 de outubro, a instalação contará com fotos, ilustrações, música, projeções e textos, a intenção de provocar sensações e reflexões sobre a dupla imagem da mulher. entrada gratuita.
20071022
boicot a la presencia de guillermo habacuc vargas en la bienal centroamericana honduras 2008
En la pared del fondo, la que se mira desde el pórtico de la entrada, había un texto en el que se leía la frase "Eres lo que lees"
lo que forma las letras es comida de perro
Un perro enfermo, callejero. Murió en la galeríano se le dio alimento... Según supe el perro murió al día siguiente por falta de comida. Durante la inauguración supe que el perro fue perseguido por la tarde entre las casas de aluminio y cartón de un barrio de Managua con nombre de santo que Habacuc que no pudo precisar en el momento. 5 niños de los que ayudaron en la captura recibieron bonos de 10 córdobas por su colaboración. Durante la exhibición algunas personas pidieron la libertad del perrito, a lo que él artista se rehuso. El nombre del perro era (fue) Natividad, y se le dejo morir de hambre a la vista de todos, como si la muerte de un pobre perro fuera un show mediático desvergonzado en el que nadie hace nada más que aplaudir o mirar desconcertado.
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20071004
as futilidades das celebridades
"caro leitor, nos últimos anos o brasil tem produzido várias pesudo-celebridades. a frase: "parece cômico se não fosse trágico" cabe bem nessa última situação. a responsabilidade principal é do chamado "quarto poder", ou seja, da mídia. principalmente a televisão, que cria ídolos a todo momento. personagens que surgem do total anonimato e alcaçam o "estrelato" em questão de semanas. os casos são inúmeros que não podem ser descritos nesta coluna, pois não há espaço para isso. porém, vamos citar alguns: mais recentemente o caso da bandeirinha que pousou nua, a jornalista do caso do senador que também ficou pelada, além, é claro, das muitas ex-bbbs que já passaram por várias revistas masculinas. no caso dos homens, a celebridade do momento é o último ganhador do bbb. aliás, todo ganhador ou participante de destaque desse reality show torna-se celebridade, ao menos por um tempo.
alguns deles até que têm um pouco a dizer, outros não dizem nada, porque simplesmente não têm o que dizer. tentam carreira de modelos, cantores, atores, mas sobrevivem por uma efemeridade espantosa. por falr nisso, perguntem a uma atriz como fernanda montenegro quanto tempo ela levou para ser forjada no mundo dos espetáculos. toni ramos também tem uma carreira enraizada que dispensa comentários. podemos citar também figuras que nos deixaram saudades. por exemplo raul cortez, simplesmente um ícone do teatro e da televisão brasileiros. mas quem se lembra do primeiro ou segundo ganhador do bbb? creio que muioto poucos ou ninguém se recorda deles. na área musical também há incontáveis casos. um grupo de meninas que arrastava multidões por todo o brasil se desfez e desapareceu do mesmo modo que surgiu. do lado dos rapazes, a mesma situação com outro grupo formado sem consistência alguma. contudo, não existem apenas ídolos meteóricos que vêm dos programas de entretenimento. quem não conhece o bandido daquela facção criminosa que ficou andando preso de jatinho pra lá e pra cá, pois ninguém o queria em seu estado. e tudo pago com nosso dinheiro.
o fato é que o aparecimento dessas pessoas tem a ver com a falta de políticas públicas voltadas à cultura popular. onde está o incentivo à leitura? na população em geral, quem conhece os grandes poetas brasileiros? quantos livros o brasileiro humilde já leu? quantas vezes já foram ao teatro? o povo acaba ficando à margem de uma cultura tão rica como a nossa. enquanto não houver uma profunda transformação/revolução na educação de nosso país, a atividade principal do brasileiro será assistir aos programas de fofocas que ocupam grande parte dos horários da televisão. e adivinhem de quem eles falam... isso mesmo, das celebridades efêmeras que citamos. brasil, reaja! procure assistir ou ler aquilo que te enriquece intelectualmente. não eprca seu tempo com a vida dos outros. aproveite para conviver mais com sua família, conversar com seus filhos, praticar esportes, acompanhar a política e, principalmente, seja seletivo naquilo que adentra às suas casas e à sua mente. não sejam fúteis como os fúteis."
20070904
guto lacaz
quando?
de 16 de setembro até 9 de dezembro
como?
terça à sexta, das 10h às 20h - sábados, domingos e feriados, das 10h às 18h
onde?
centro cultural de são paulo - rua vergueiro, 1000 (sala tarsila do amaral)
see ya! ;)
via: Miki Malka
(11) 5072-9234
http://www.mikimalka.com.br/
20070822
brasil
a jornalista fica grávida
o cara tem que pagar pensão
o cara é casado, quer sigilo
a pensão fica cara
o cara é político e tem um nome a zelar
a pensão fica mais cara ainda
o cara pede à uma empreiteira
a empreiteira não faz caridade
inclui o custo da mesada nas obras do governo
o governo faz emendas no orçamento
o governo mantém os impostos extorsivos para pagar toda esta ineficiência e sujeita
você paga impostos
tchá tchá tchá...
amar, sofrer, lutar e vencer
quem ama, sofre
quem sofre, luta
quem luta, vence
por isso ame muito
sofra pouco
lute bastante
e vença sempre
elke maravilha
20070809
embriagai-vos!
a palavra
consultados em vão.
quero só a palavra
que nunca estará neles
nem se pode inventar.
que resumiria o mundo
e o substituiria
mais sol do que o sol,
todos em comunhão,
mudos,
saboreando-a.
20070731
arnaldo jabor
brasileiro é um povo solidário.
mentira.
brasileiro é babaca.
eleger para o cargo mais importante do estado um sujeito que não tem escolaridade e preparo nem para ser gari, só porque tem uma história de vida sofrida; pagar 40% de sua renda em tributos e ainda dar esmola para pobre na rua ao invés de cobrar do governo uma solução para pobreza; aceitar que ong's de direitos humanos fiquem dando pitaco na forma como tratamos nossa criminalidade... não protestar cada vez que o governo compra colchões para presidiários que queimaram os deles de propósito, não é coisa de gente solidária. É coisa de gente otária.
brasileiro é um povo alegre.
mentira.
brasileiro é bobalhão.
fazer piadinha com as imundices que acompanhamos todo dia é o mesmo que tomar bofetada na cara e dar risada. depois de um massacre que durou quatro dias em são paulo, ouvir o josé simão fazer piadinha a respeito e achar graça, é o mesmo que contar piada no enterro do pai. brasileiro tem um sério problema. quando surge um escândalo, ao invés de protestar e tomar providências como cidadão, ri feito bobo.
brasileiro é um povo trabalhador.
mentira.
brasileiro é vagabundo por excelência.
o brasileiro tenta se enganar, fingindo que os políticos que ocupam cargos públicos no país, surgiram de marte e pousaram em seus cargos, quando na verdade, são oriundos do povo. o brasileiro, ao mesmo tempo em que fica indignado ao ver um deputado receber 20 mil por mês, para trabalhar 3 dias e coçar o saco o resto da semana, também sente inveja e sabe lá no fundo que se estivesse no lugar dele faria o mesmo. um povo que se conforma em receber uma esmola do governo de 90 reais mensais para não fazer nada e não aproveita isso para alavancar sua vida (realidade da brutal maioria dos beneficiários do bolsa família) não pode ser adjetivado de outra coisa que não de vagabundo.
brasileiro é um povo honesto.
mentira.
já foi; hoje é uma qualidade em baixa.
se você oferecer 50 euros a um policial europeu para ele não te autuar, provavelmente irá preso. não por medo de ser pego, mas porque ele sabe ser errado aceitar propinas. o brasileiro, ao mesmo tempo em que fica indignado com o mensalão, pensa intimamente o que faria se arrumasse uma boquinha dessas, quando na realidade isso sequer deveria passar por sua cabeça. 90% de quem vive na favela é gente honesta e trabalhadora. mentira. - já foi. historicamente, as favelas se iniciaram nos morros cariocas quando os negros e mulatos retornando da guerra do paraguai ali se instalaram. Naquela época quem morava lá era gente honesta, que não tinha outra alternativa e não concordava com o crime. hoje a realidade é diferente. muito pai de família sonha que o filho seja aceito como "aviãozinho" do tráfico para ganhar uma grana legal. se a maioria da favela fosse honesta, já teriam existido condições de se tocar os bandidos de lá para fora, porque podem matar 2 ou 3 mas não milhares de pessoas. além disso, cooperariam com a polícia na identificação de criminosos, inibindo-os de montar suas bases de operação nas favelas.
o brasil é um pais democrático.
mentira.
num país democrático a vontade da maioria é lei. a maioria do povo acha que bandido bom é bandido morto, mas sucumbe a uma minoria barulhenta que se apressa em dizer que um bandido que foi morto numa troca de tiros, foi executado friamente. num país onde todos têm direitos mas ninguém tem obrigações, não existe democracia e sim, anarquia. num país em que a maioria sucumbe bovinamente ante uma minoria barulhenta, não existe democracia, mas um simulacro hipócrita. se tirarmos o pano do politicamente correto, veremos que vivemos numa sociedade feudal: um rei que detém o poder central (presidente e suas mps), seguido de duques, condes, arquiduques e senhores feudais (ministros, senadores, deputados, prefeitos, vereadores). todos sustentados pelo povo que paga tributos que têm como único fim, o pagamento dos privilégios do poder. e ainda somos obrigados a votar. democracia isso? pense! o famoso jeitinho brasileiro. na minha opinião um dos maiores responsáveis pelo caos que se tornou a política rasileira. brasileiro se acha malandro, muito esperto. faz um "gato" puxando a tv a cabo o vizinho e acha que está botando pra quebrar. no outro dia o caixa da padaria erra no troco e devolve 6 reais a mais, caramba, silenciosamente ele sai de lá com a felicidade de ter ganhado na loto... malandrões, esquecem que pagam a maior taxa de juros do planeta e o retorno é zero. zero saúde, zero emprego, zero educação, mas e daí? afinal somos penta campeões do mundo né? grande coisa... o brasil é o país do futuro. caramba , meu avô dizia isso em 1950. muitas vezes cheguei a imaginar em como seria a indignação e revolta dos meus avôs se ainda estivessem vivos. dessa vergonha eles se safaram... brasil, o país do futuro!? hoje o futuro chegou e tivemos uma das piores taxas de crescimento do mundo.
deus é brasileiro.
puxa, essa eu não vou nem comentar...
o que me deixa mais triste e inconformado é ver todos os dias nos jornais a manchete da vitória do governo mais sujo já visto em toda a história brasileira.
para finalizar tiro minha conclusão:
o brasileiro merece! como diz o ditado popular, é igual mulher de malandro, gosta de apanhar. se você não é como o exemplo de brasileiro citado nesse e-mail, meus sentimentos amigo, continue fazendo sua parte, e que um dia pessoas de bem assumam o controle do país novamente. aí sim, teremos todas as chances de ser a maior potência do planeta. afinal aqui não tem terremoto, tsunami nem furacão.temos petróleo, álcool, bio-diesel, e sem dúvida nenhuma o mais importante: água doce! só falta boa vontade, será que é tão difícil assim?
20070719
erva da boa
bom para a conversa e para a solidão, o chimarrão é um jogo de empatia e intimidade entre (quase) todos gaúchos
revista vida simples, edição: julho de 2007 - por fabrício carpinejar
vamos gervear? o convite pode parecer estranho e mais estranho seria tentar adivinhá-lo. mas não é nenhuma proposta indecente. gervear é matear, chimarrear, verdear, amarguear, apertar um mate ou simplesmente tomar um chimarrão. o chimarrão é quase uma religião no sul do país. tão ligado ao gaúcho que, quando ele viaja, costuma chegar a uma nova cidade de “mala e cuia”, literalmente. o mate funciona como um ritual para dentro, da solidão, e, ao mesmo tempo, para fora, da solidariedade. natural enxergar na cidade de porto alegre gente solitária na varanda tomando mate, como quem fuma um cigarro e olha o movimento, ou nos parques, passando a cuia entre os amigos, como quem reparte bolachinha recheada. o músico regionalista neto fagundes avisa que isso hoje é uma cena comum. nem sempre foi assim. a chaleira do campo foi substituída pela térmica, essencialmente urbana, a partir dos anos 70 e 80, com a invasão de jovens do interior para estudar e trabalhar na capital gaúcha. (o escritor luis fernando veríssimo brinca em o analista de bagé, sucesso humorístico dos pampas, que o êxodo dos gaúchos iniciou após a invenção da térmica.)
estimula e tonifica
diurético, o chimarrão é um concorrente da cafeína. não se toma chimarrão e café simultaneamente. um ou outro, alto lá! se houvesse tarja no mate, estaria escrito “atua como estimulante do coração e do sistema nervoso, elimina os estados depressivos e tonifica os músculos contra a fadiga e o cansaço”. não é apenas água e erva, tem complexo b, cálcio, magnésio, sódio, ferro e flúor. alimenta mesmo, por mais verde e extraterrestre que seja. na sangrenta guerra do paraguai (1864 a 1870), por exemplo, o general francisco da rocha callado conta que o exército brasileiro alimentou-se exclusivamente de chimarrão durante 22 dias. “as pesquisas sobre o chimarrão estão iniciando seriamente agora. revelam que a bebida tem antioxidantes, também presentes no badalado chá verde (chinês), e que produz um leve efeito contra a coagulação no sangue, como a aspirina”, diz o cardiologista fernando lucchese.
é compreendido ainda como antídoto do excesso de carne. de acordo com o psicanalista mário corso, responde como meio mais eficaz para hidratar e equilibrar o gaúcho, flor de carnívoro, que costuma se atolar nos espetos corridos.
espécie de chá manso, como define o escritor luís augusto fischer. propício tanto à reflexão como à roda de amigos. suas ferramentas são simples, constituídas de cuia (a cabeça do porongo decapitado) e bomba (de prata é a melhor; várias famílias gaúchas têm a peça com bocal de ouro, uma jóia que fica curiosamente na gaveta dos talheres). retirada da erveira, planta que atinge a altura de 6 a 8 metros e similar a uma laranjeira, a erva-mate cobre dois terços da cuia. botando menos, é mate comprido. botando mais, é mate curto. a água a ser posta deve estar quente, não fervida, pois pode queimar a erva e infundir gosto infeliz de pneu queimado. lição que o francês viajante saint hilare, em sua passagem pelo rio grande do sul, em 1820, absorveu: “a cuia tem capacidade de mais ou menos um copo, é cheia com erva até a metade, completando-se o resto com água quente. quando o mate é de boa qualidade, pode-se escaldá-lo até dez ou 12 vezes sem renovar a erva”.
velho de guerra
deu para perceber a antiguidade do chimarrão. sua utilização é pré-colombiana, foi alimento básico dos índios guaranis, teve o desenvolvimento de sua cultura pelos jesuítas da companhia de jesus, que transformaram a erva em comércio e exportação de 1610 a 1768. chegou a servir como pagamento, o que fez significar “cheio de erva” como “cheio de grana”.
aos observadores incrédulos, deve-se concluir que não há mistério, é beber e pronto. ledo engano. o chimarrão é um tabuleiro, com regras, educação e simpatias. convide os colegas para jogar. o que errar está desclassificado. não se pede um mate, o mate é oferecido. uma forma de converter um estranho em amigo. é uma deferência e sinal de respeito. o tradicionalista glênio fagundes estabelece uma comparação muito bonita no livro cevando mate. A roda de chimarrão evoca o moinho de vento, ponto de encontro para perguntar ao interlocutor “quem ele é, de onde vem, o que quer, quando vai?”
cuidado: não se entrega o mate ou se recebe com a mão esquerda. ao se enganar, diga: “desculpe a mão!” só o cevador (o preparador do mate) tem a licença para arrumar e mexer na erva. não adianta fuçar a bomba ou ajeitála por conta própria, mesmo que o chimarrão esteja entupido e não saia nada mais que ar. devolva ao dono que ele arruma. o primeiro a tomar é também sempre o que fez. para mostrar que está bom e, de modo nenhum, envenenado (risos). o segundo mate partirá para o mais velho ou alguém a se prestar uma homenagem. a cuia segue no sentido anti-horário, do lado direito (o lado do “laçar”) em diante, de volta ao cevador. perderá pontos, isso é importante, se você não roncar a cuia. é preciso tomar a água até o final, senão é descortesia. não agradeça na hipótese de continuar na roda. é entendido como uma despedida ou pior um jeito polido de dizer que o mate não estava agradável, provavelmente frio e com a erva lavada. não obstrua o ritmo do círculo, ficando com a cuia à maneira de um copo vazio à espera do garçom.
nem tudo é flor de erva. em fatos e mitos sobre sua saúde, o cardiologista fernando lucchese sugere a quebra de um dos mais sagrados mandamentos da cultura gaudéria em nome da higiene e prevenção. sua observação se refere à mania da cuia de circular de boca em boca. “seria preciso lavar o bocal com a própria água quente. Basta um participante ter herpes labial, que transmitirá aos demais.”
conforme lucchese, o chimarrão pode causar gastrite e esofagite, pela composição da erva ácida e água quente. está relacionado ao câncer de lábio, esôfago e de língua. na década de 70, cidades fronteiriças do rio grande do sul mostraram alta incidência desses casos em comparação às taxas do país. a garrafa térmica novamente ela! diminuiu os riscos.
além do ritual se prestar para rodadas animadas de papo, fofocas e conversas postas em dia, é um ato de reflexão e um mergulho na serenidade. nenhum demérito preparar o mate sozinho. pelo contrário, o verdadeiro mateador é o que não depende de estímulos externos e visitas. “é uma hora para botar as idéias no lugar, refletir sobre o que foi feito no dia anterior, fazer a pauta do dia que se descortina, uma hora para pensar calmamente, para ter aquela paz sem a qual não entendemos as coisas nem criamos nada”, avalia corso.
tradição passional, o chimarrão é como uma prova de iniciação, de batismo de fogo aos interessados em ingressar na cultura gaúcha ou recuperar espaços dentro de si. atividade dos extremos, à semelhança de um grenal (grêmio versus inter), está carregada de exageros e superstições. os que não partilham o costume sentem uma ponta de culpa e se penalizam. um exemplo é o escritor luis fernando veríssimo. no alto de sua reputação unânime, confessa: “acredite ou não, não sei que gosto tem chimarrão. concordo, eu deveria ser expulso do estado”.
20070702
para se lambuzar
20070602
teatro mágico
a cidade se devora em cada carro parado, em cada sinal fechado, em cada pedaço de vida mal resolvida. as buzinas teimam em protestar como se a quebra do silêncio pudesse trazer de volta as escolhas que eu nunca fiz. o que passou é passado, vejo pelo retrovisor. não há mais tempo para seguir por outra avenida. jamais saberei quem eu seria numa outra via de acesso. se eu tivesse tomado um atalho, uma rua estreita qualquer, que tipo de pessoa eu teria me tornado? não sei. mas gostaria muito de saber. pelo retrovisor, vejo todas pessoas que eu poderia ter sido e não fui. vejo todas as ruas por onde nunca me atrevi a passar. pelo retrovisor, vejo tudo que eu escolhi não viver enquanto a cidade me devora dia-a-dia.
“se vou pra frente, coisas ficam para trás. a gente só nunca sabe que coisas são essas...”
[*] to lucy
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20070518
motivacional: ofendendo-se
20070424
a arte da sabedoria
"aquele que conhece os outros é sábio.
aquele que conhece a si mesmo é iluminado.
aquele que vence os outros é forte.
aquele que vence a si mesmo é poderoso.
aquele que conhece a alegria é rico.
aquele que conserva o seu caminho tem vontade.
seja humilde, e permanecerás íntegro.
curva-te, e permanecerás ereto.
esvazia-te, e permanecerás repleto.
gasta-te, e permanecerás novo.
o sábio não se exibe, e por isso brilha.
ele não se faz notar, e por isso é notado.
ele não se elogia, e por isso tem mérito.
e, porque não está competindo,
ninguém no mundo pode competir com ele."
lao tsé - tao te ching
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20070421
personality disorder test
Personality Disorder Test Results
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20070407
aonde?
o que eu gosto mesmo é a tranquilidade de aproveitar um dia de sol. também gosto do frio, mas é no calor quando tenho a oportunidade de poder vivenciar uma sensação que desde criança eu gosto: entrar numa piscina bem funda e sentar no chão, abrir os olhos [quando eu ainda não usava lentes] e ver os raios do sol refletindo sob a água, aí nadar bem devagar, no fundo e passar o maior tempo possível debaixo d'água. assim posso sentir paz, calma, me desligo por alguns instantes das coisas e posso ouvir meu pensamento com uma voz mais alta. pensar na vida, na morte...
quando a gente pensa em água, pensa em muita coisa: somos a meleca do nosso pai, unido com a meleca da nossa mãe e cultivado em água, vamos nos desenvolvendo. e continua sendo vital para o corpo tanto possuir quanto consumir... e se formos parar pra pensar, a água é a resposta pra tudo! com o desenvolvimento da tecnologia, é provável que o ser humano consiga não se preocupar com isso por algum tempo, o que já acontece, mas seria interessante se as pessoas percebecem que já podem preservar o mundo antes do caos previsto, que provavelmente não iremos presenciar, mas seria ótimo saber que a nossa responsabilidade está sendo reflexo pra consciência da humanidade, mas quando páro pra pensar nisso, me dá uma certa tristeza e preguiça, então é por isso que eu gosto mesmo é curtir aquela piscina bem funda...
mas e você, onde queria estar agora?
...
20070406
quem somos nozes?
a gente é um pouco de todos quem [achamos] que conhecemos. afinal, nem nós mesmos sabemos! somos uma soma de experiências únicas, formando pensamentos e tomando atitudes desde o nascimento, quando começamos a entender, a falar, pensar, mas sempre influenciados: aprendendo ou errando com os outros, a partir de registros em nossa mente, de hipóteses, incertezas, de acertos... que não são seus, já que vivemos vidas diferentes, já que não é possível prever o futuro [ou é?] e já que cada um vive sua própria vida [ou não?] porque a gente absorve o que quer [e o que não quer] aí leva consigo, tá lá guardado, tudo! só que tem a questão de instinto, tem a questão da loucura, do [im]previsível, da [in]consciência e da justificativa... estamos preparados? mas pra quê? pra quem? porquê? se o agora é tão efêmero, porque não nos preocupamos em simplesmente viver? o que nos impede de desfocar nossos objetivos e viver em outro lugar? surtar e sair sem rumo, tentar uma nova vida em outro lugar? viver de agricultura... mas então, pode ser medo? do quê? de quem? de perder tudo? tudo o quê? o que nós temos? o que a gente leva? nossas conquistas têm pesos relativos, são elas materias, sentimentais, filosofais? é lógico que uma série de fatores nos influencia a traçar um rumo e seguir uma meta, mas é possível... dependendo de sua inquietação! tudo é uma questão de tempo...
mas agora é agora! agora eu escrevo isso e agora você lê! faz alguma diferença? eu espero que sim... gosto de pensar que faço as pessoas pensarem, porque é isso que eu gosto de fazer, desligar-me da rotina automática e pirar sobre a vida... fazer as coisas de maneiras diferentes: conversar, discutir, analisar e tentar entender...
"a busca, não nasce da consciência da plenitude, mas da sensação de carência, da mutilação" [júlio cortázar]
mas e você, quem é?
...
20070218
tempo
porque o tempo parece acelerar? o cérebro humano mede o tempo por meio da observação dos movimentos. se alguém colocar você dentro de uma sala branca vazia, sem nenhuma mobília, sem portas ou janelas, sem relógio... você começará a perder a noção do tempo. por alguns dias, sua mente detectará a passagem do tempo sentindo as reações internas do seu corpo, incluindo os batimentos cardíacos, ciclos de sono, fome, sede e pressão sanguínea. então... quando tempo suficiente houver passado, você perderá completamente a noção das horas, dos dias... isso acontece porque nossa noção de passagem do tempo deriva do movimento dos objetos, pessoas, sinais naturais e da repetição de eventos cíclicos, como o nascer e o pôr do sol. se alguém tirar estes sinais sensoriais da nossa vida, simplesmente perdemos a noção da passagem do tempo.