O pintor alemão Sigmar Polke criou ao lado do pintor Gerhard Richter o movimento Realismo Capitalista, resposta dada nos anos 1960 ao Realismo Socialista, estilo artístico oficial na extinta União Soviética entre 1930 e 1960.
Contra as imposições estéticas do movimento, criado sob inspiração de Andrei Jdanov (1896-1948), comissário de Stalin para Cultura e Propaganda, Polke criou seu antídoto, o Realismo Capitalista, também para criticar o movimento pop internacional, que, nos anos 1960, revelou Andy Warhol, Lichtenstein e Rauschenberg.
Como o pop americano usava signos de consumo de massa, Polke fez de seu movimento um marco de resistência à transformação da arte em mercadoria barata, usando como suporte, de forma paródica, material publicitário misturado a materiais nobres da pintura clássica.
Polke ganhou o grande prêmio de pintura da 13.ª Bienal de São Paulo (1975) e, em 1986, o Leão de Ouro da 42.ª Bienal de Veneza. Ele esteve no Brasil em diversas ocasiões para fotografar o País. Professor da Academia de Belas Artes de Hamburgo entre 1977 e 1991, Polke começou sua carreira como aprendiz de uma fábrica de cristais de Düsseldorf, onde sua família fixou residência após escapar do regime comunista da Alemanha, em 1953.
Numa Alemanha que se reerguia das cinzas ingressando na era Adenauer, Polke foi um crítico feroz da doutrina americana do consumo importada na época em que o chanceler tentava transformar o país numa potência europeia, aliando-se aos EUA. A influência exercida pelo pintor, especialmente nos anos 1960, foi enorme. Subversivo, anárquico e irreverente, não poupou os ícones pop americanos ao realizar sua primeira individual, em 1964, na galeria René Block de Berlim, fazendo uso de títulos de fácil memorização como Sekt für Alle (Champanhe para Todos).
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Nos anos 1980, a ânsia de experimentação de Polke levou-o a criar quadros que mudavam de aparência de acordo com a luz e temperatura do local onde eram expostos. Na mesma década ele criou quadros de laca com superfície transparente que revelava a estrutura dos trabalhos, dialogando com o suporte. Em 2007, Polke foi homenageado com uma grande retrospectiva de 170 obras no Museu Frieder Burda de Baden-Baden, na Alemanha.
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