Iniciativa pretende reformar e abrir à população de São Paulo banheiros de estabelecimentos comerciais. Uso publicitário desses espaços dependerá de acordo. Teste nas regiões da Sé e da República deve começar em setembro.
A Empresa Municipal de Urbanização (Emurb) e a Secretaria Municipal de Coordenação das Subprefeituras da cidade de São Paulo preparam para o final de setembro o lançamento de um projeto-piloto que visa disponibilizar para a população em geral o acesso a banheiros de estabelecimentos comerciais.
A intenção dos órgãos é que empresas invistam na reforma e adequação de banheiros de estabelecimentos interessados (como restaurantes, lanchonetes, farmácias e lojas) que depois poderão ser usados pela população em geral. As casas comerciais participantes terão num local visível uma placa (de 15 cm por 15 cm) informando que o banheiro é de uso público. Qualquer exploração publicitária nos pontos dependerá de acordo entre o estabelecimento e a empresa patrocinadora da reforma.
"A ideia é criar um modelo sanitário público. Vamos fazer um chamamento público para ver o interesse na questão. Até o final de setembro pretendemos lançar um projeto-piloto na região da Sé e da República com 20 estabelecimentos", destaca Regina Monteiro, diretora da Emurb. A iniciativa vai funcionar como os contratos de conservação de logradouros públicos. A Emurb e a Secretaria das Subprefeituras estão definindo como será o termo de cooperação.
Segundo Michel Eberhardt, diretor da New Ad, esse é um movimento que mostra como a mídia indoor pode ser legal para a cidade, mas o projeto ainda está muito no ar. Eberhardt chegou a conversar com a Emurb, mas no encontro a questão não foi aprofundada. "Será um benefício para a população e uma forma de engrandecer a mídia indoor", diz o empresário.
"O lado bom é que esses banheiros vão ter uma audiência muito maior ao se tornarem públicos. Agora, quando você fala de mídia indoor, ela tem uma vantagem e um grande diferencial da mídia de massa que é você atingir seu target com mais precisão. E isso (o fato de o banheiro se tornar público) faz que o foco se perca, porque não se pode determinar qual é o estilo de vida do público. É interessante a ideia, mas não vejo como conciliar, não vejo como uma vantagem para esses estabelecimentos se ela (a mídia em banheiros) já está disponível", opina Rafael Cordeiro, diretor de comunicação e marketing da Enox.