fonte: Artur Fidalgo Galeria
Edgard de Souza apresenta na Galeria Artur Fidalgo trabalhos recentes que exploram a corporeidade, como é constante em sua obra. Dessa vez, porém, as formas não remetem diretamente ao corpo humano, mas ao mobiliário, que, por sua vez, ganha um movimento animal e disfuncional.
As mesas são elegantes quadrúpedes anímicos que por vezes copulam na galeria. A exposição apresenta também a série “Manchas falsas”: trabalhos bidimensionais que inventam padronagens artificiais em pele de vaca. Móveis e superfícies criam um mundo de erotismo meio animal, meio design.
A série dos móveis resgata um tema do início da carreira do artista, no final da década de 1980. “As mesas eram então mais zoomórficas”, compara ele, “agora se tornaram mais simples”. A parte animal parece ter passado para a série que simula pelagens de vacas transgênicas ou geneticamente modificadas.
Esse imaginário que passa pela pele e pelo corpo, cheio de erotismo, tem outro ponto seminal no design. As esculturas do artista podem remeter tanto a troncos e flancos como a objetos e móveis.
As duas séries apresentadas nessa exposição realizam esse encontro de modo sedutor e intrigante. Na série das mesas, o mobiliário torna-se, literalmente, móvel; em “Manchas falsas”, o nu de outras obras torna-se, literalmente, epiderme, ou melhor, pelagem, com manchas acentuadamente gráficas.
Edgard de Souza não faz uma exposição individual no Rio de Janeiro desde 1991. Entre as exposições individuais do artista estão: Galeria Luisa Strina, São Paulo (2010, 2004, 2002 e 2000), L A Louver Gallery, Los Angeles, EUA (2005 e 2003), Pinacoteca do Estado de São Paulo (2004). Galeria OMR, Ciudad de Mexico (2002), Museu de Arte da Pampulha, Belo Horizonte (2001), Jack Shainman Gallery, New York (2000), Project Room, ARCO/99, Madrid (1999). Seus trabalhos pertencem, entre outras, às coleções do Museu Inhotim, MAM – SP, Gilberto Chateaubriand – MAM – Rio e Pinacoteca do Estado de São Paulo. O artista vive e trabalha em São Paulo.
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