20100707

copy/paste: maitê proênça - crônicas





Revista Época - 2003



Será que a morte resolve? Não quero que sofra dores físicas. Só quero que não exista mais, pra eu não ter que esperar todo dia pelo dia de você voltar.

É que há épocas em que estou lúcida e te odeio muito - cato o saco de motivos que me deu, e vasculho até lhe desejar o fim. Mas há outras em que me falha a memória e a saudade me trás você bom, adorável. Aí amo e amo e amo até me perder na ilusão. Só vou reaver-me dias depois, já de joelhos vasculhando o chão a procura de minha vida.

Nessas horas, daria o senso de humor e um dedo mindinho pra saber o que você anda pensando aí nas distâncias. Pensa na guerra do Iraque? Nos planetas não descobertos? Deseja aprender o chinês? Pensa em mim quando acorda? E quando vai dormir? Inventa casas para morarmos, planeja viagens pelo Tibet, escolhe veleiros para atravessarmos o pacífico? Preciso tanto arrumar tempo pra aprender a te querer menos, mas ando muito ocupada remendando um coração partido. É tarefa longa, não costuro bem. E longa é a avenida de clichês que se engarrafam no rush da minha cabeça. Amor burro.

Às vezes me assolam desejos insanos. Quero subir no farol da praia e gritar seu nome bem alto. Quero pichar o Pão de Açúcar com versos apaixonados. Desejo plantar bandeiras de amor nos arranha-céus de Xangai e anseio por lavar o chão da rodoviária de São Paulo ou marchar sobre os cotovelos, se isso tornar provável nossa estória impossível. E tem dias de decisões. Nenhuma lágrima mais, nenhum lamento!

Plantarei um World Trade Center inatacável dentro do meu coração.

Cavalgarei quatro luas no cavalo que você me deu pra noite engolir o escuro que há dentro de mim. Acenderei uma alameda de velas pra te celebrar. No dia de teus anos, acompanhada dos seres que amam sem medo, irei, em procissão, pedir à Mãe que te liberte para amar assim. Pedirei também que tua vida seja boa e feliz. E construirei uma capela na colina mais bonita, pra lembrar a Deus que tenho esperanças. Sento ali e espero um milagre. E depois de cinqüenta anos, se nada acontecer, morro eu, cansada por sofrer dores físicas a cada dia que meu corpo gritou pelo seu.

E olha que eu só queria andar de mãos dadas e viver contente a seu lado.

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o encontro


Naquele momento, um momento qualquer, de uma vida qualquer, ela era uma menina, com uma vida normal, talvez um pouco mais sensível que a maioria das meninas, mas como saber? ninguém sabe como é o outro e sim só a si mesmo, mas sim, ela era uma menina romântica, gostava de músicas tristes, flores, e já havia tido muitas depressões profundas, ela acreditava no amor, mas ela também acreditava na liberdade, mesmo depois de ler sartre.
ela era uma menina, com esperanças de menina.
ele era um menino, talvez mais sensível que a maioria dos meninos, mas como saber, a gente só sabe a visão de nós mesmos, e diferente da menina, ele não acreditava no amor, até acreditava, mas não queria pensar sobre isso. Ele também gostava de músicas tristes e plantas (flores é coisa de menina), também tinha tido algumas depressões e não gostava muito de sartre.
no meio de um dia qualquer, de duas vidas qualqueres, no meio de todas as possibilidades, no meio da cidade de sp, eles se encontraram.
todas as crenças e não crenças viraram sentimento, ele conseguia ver nela coisas que nem ela via. ela conseguia tirar dele aquilo que apesar de ele não querer ver era inevitável. e tudo se confundia na racionalidade inexistente, de repente depois de uma tarde toda pensando um olhar dizia muito mais que todos os pensamentos. tudo fazia muito mais sentido quando se olhavam nos olhos. uma paz serene o que só podiam concluir que seria amor.

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