25 de novembro de 2007, uma manhã de domingo ensolarado, o despertador toca às 7h30. O sono ainda pesado segura meus olhos fechados, e vou me arrastando para o banheiro, tomar um bom banho. Encontro marcado às 9h na Rua Ana Neri, na Moóca. Desjejum na tradicional casa de churros que tem ao lado da banca de jornal. O rolo de churros, com cerca de 30 centrímetros, é frito na hora. Peço um pingado para acompanhar, enquanto tiro os pedaços de churros, passo na canela e açúcar, ao som das belas histórias da dona Regina, a incrível mãe de um grande amigo. Barriga forrada, hora de ir para a Javari. Dia de festa, de emoção. Dia de ver o Juventus jogar contra o Linense, valendo o título da Copa Federação Paulista de Futebol. Na porta do estádio, encontro com os amigos e cerveja gelada, às 11h. A torcida jovem do Juve se misturava em perfeita harmonia com a velha guarda. Um encontro de gerações quase impossível de se ver em outros estádios. Já dentro de campo, a velha grená se direciona para a ala coberta e a jovem grená se amontoa atrás do gol. Era ali, atrás do gol, que a torcida praticamente entraria em campo para impulsionar o Juventus a ser campeão. O jogo foi emocionante. Os gritos de guerra não pararam nem por um segundo, motivo de inveja pra muito clube com torcida pipoqueira. Confiante, o time da casa poderia perder por um gol de difercença e estava classificado para a Copa do Brasil. Já aos quinze minutos, abre o placar e começa a sentir o peso da taça nas mãos. A Javari vai ao delírio. O Linense se fortalecia a cada minuto e, aos 34, marca um gol impedido, anulado pelo juíz. Cinco minutos depois, Juve perde um pênalti, o Linense não perdoa e marca em seguida, fechando o primeiro tempo no empate. No segundo tempo, jogo equilibrado e tenso. Os minutos corriam e o grito de campeão era engolido a seco. Numa arrancada espetacular, Linense vira aos 38 e arremata um pênalti aos 47. Os 3x1 pareciam ter enterrado o sonho do grená na Copa do Brasil, até que uma bola desviada enche o gol adversário aos 49 e consagra o Juventus campeão. Foram os noventa minutos mais surreais da minha vida. Estávamos todos quase dentro do campo, a torcida discutia com goleiro, bandeirinha, juíz. Era um bololô de emoções, de xingamentos, de esperança e de gols!
O jogo histórico entra para as telonas. O documentário "Juventos Rumo à Tóquio"estreia no festival de curtas de São Paulo neste mês. As sessões são de graça - uma obrigação assistir! O documentário já tem blog, orkut, youtube e tudo mais. Eu faço aqui um apelo aos amigos do Bluteco para divulgarem o documentário e as exibições no festival. Os produtores deram um duro danado para finalizar o filme, que faz parte do projetoPassaporte Futebol, que tem por objetivo retratar histórias de comunidades que cresceram em torno de pequenos clubes e de campeonatos de várzea pelo interior do Brasil.
O Juventus Rumo a Tóquio tem 4 exibições este mês:
Dia 21/08, às 16h, no Centro Cultural São Paulo
Dia 22/08, às 20h, no CCJ Ruth Cardoso
Dia 23/08, às 17h, no Cine Olido
Dia 27/08, às 18h, no Cineclube Grajaú
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